LGPD impulsiona aplicação do conceito Privacy by Design nas empresas brasileiras

O modelo tem como benefício a possibilidade de antecipar problemas na exposição de dados, criando a melhor solução de segurança possível para cada situação

Compartilhar:

Por Américo Alonso

 

Mesmo com o pouco tempo de vigência, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), estabelecida em agosto de 2020, está mudando o mercado e a forma pela qual as tecnologias vêm sendo desenvolvidas. Prova disso é o conceito Privacy by Design – em que privacidade é incorporada a cada etapa de execução e implementação de um projeto – cada vez mais forte nos novos aplicativos e soluções digitais.

 

Garantir que a proteção de dados seja tratada desde o início da elaboração de um novo sistema faz parte da principal mudança trazida pela LGPD: a do mindset. De acordo com o estudo “Empresas e LGPD 2021: Cenários, desafios e caminhos”, realizado pela RD Station em parceria com a Manar Soluções em Pesquisa, Eduardo Dorfmann Aranovich e Cia Advogados, 56% das empresas pesquisadas veem a nova legislação como algo positivo para seus negócios e 68% já conhecem ou estão se informando sobre as sanções previstas nas regras.

 

No entanto, mesmo que a percepção das companhias sobre esse tema tenha se aprofundado, isso não significa que essas adaptações vão acontecer da noite para o dia. Segundo a pesquisa “IT Snapshot 2021”, da Logicalis, 47% das empresas ainda não têm planos formais de ações para adequação à LGPD. Mas essa caminhada mais lenta acaba sendo um processo natural, já que as mudanças são constituídas em diferentes etapas, incluindo a mudança na compreensão do tema, na cultura das organizações e na execução das soluções.

 

Por isso, acredito que, dentro de alguns anos, o conceito Privacy by Design será a base de toda tecnologia a ser lançada. O modelo tem como benefício a possibilidade de antecipar problemas na exposição de dados, criando a melhor solução de segurança possível para cada situação. Dá, ainda, mais controle ao usuário da ferramenta, que poderá alterar as configurações a qualquer momento e escolher quais informações ele permite conceder.

 

Isso representa uma grande mudança no mercado, que, agora, tende a se tornar mais transparente sobre os dados que são ou não fornecidos e sobre quem de fato teria acesso a essas informações. Os ganhos estão unicamente relacionados a um assunto tecnológico, da área de TI ou segurança. Eles são fundamentais para que todas as áreas estejam alinhadas e os altos executivos possam mostrar a importância da privacidade para a organização como um todo. Sendo assim, podemos esperar novos ares para a proteção de dados, com mais integração e autonomia dos consumidores.

 

*Américo Alonso é chief Quality, Security & Data Protection officer para América do Sul

Destaques

Colunas & Blogs

Conteúdos Relacionados

Security Report | Overview

SEK anuncia aquisição da PROOF

Empresa adquirida é referência MDR (Managed Detection and Response), maior subsegmento de serviços do mercado de Segurança da Informação e...
Security Report | Overview

Compliance contra crimes financeiros atinge US$ 15 bilhões na América Latina

Estudo “O Real Custo do Compliance contra Crimes Financeiros – América Latina” revela que organizações priorizam a redução de custos...
Security Report | Overview

Cibercrime usa cadeia de infecção para disseminar malware de acesso remoto

Pesquisadores da Check Point Research identificaram um novo método de implantação do Trojan de Acesso Remoto (RAT) Remcos, contornando medidas...
Security Report | Overview

Hackers apostam em dispositivos maliciosos para expandir meios de ataque

O universo de gadgets hackers é bastante extenso, no entanto, alguns desses dispositivos podem causar mais do que uma dor...