Maioria das empresas já sofreu incidentes de segurança relacionados ao mobile

De acordo com Carlos Rodrigues, VP da Varonis para América Latina, mesmo com toda a proteção das ferramentas corporativas, sempre haverá a possibilidade de explorar falhas por meio de backdoors

Por: Redação, ⌚ 10/03/2017 às 16h38 - Atualizado em 10/03/2017 às 16h38

O último relatório da CompTIA com foco no Brasil, o International Trends in Cybersecurity, revelou que 81% dos negócios brasileiros já reportaram algum incidente de segurança envolvendo o mobile, como perda de dispositivos, malwares e ataques de phishing.

 

Recentemente, uma vulnerabilidade crítica de segurança no WhatsApp, que no último ano anunciou a implementação de criptografia de ponta a ponta para todas as conversas no aplicativo, permitiu que o Facebook e outros usuários interceptassem e lessem mensagens criptografadas.

 

Aplicações de mensagem como o WhatsApp, Facebook Messenger e iMessage já fazem parte do cotidiano de milhões de funcionários no mundo todo, mesmo que não sejam ferramentas corporativas. Isso acontece porque a maioria das empresas está falhando em acompanhar o avanço da mobilidade com soluções ágeis e seguras.

 

Os funcionários de hoje são móveis. Isso não significa que eles estejam trabalhando remotamente ou viajando mais, mas que eles esperam poder acessar seus e-mails enquanto esperam na fila do banco ou manter comunicações com clientes e fornecedores enquanto tomam um café na padaria.

 

Como a maioria das ferramentas para uso no ambiente de trabalho não oferecem a agilidade necessária no mobile, os funcionários acabam recorrendo a aplicativos como o WhatsApp para preencher essa lacuna de produtividade, algo que pode custar caro em termos de segurança da informação.

 

Empresas terão de incluir mobile na estratégia de segurança

 

Mesmo que ofereçam atributos de segurança para o usuário, essas aplicações acabam sendo desafiadoras para profissionais de segurança porque não oferecem os controles necessários para o uso no ambiente corporativo.

 

Você encorajaria um funcionário a usar sua conta de e-mail pessoal para comunicações corporativas? Provavelmente não, pelo simples fato de ser impossível revogar o acesso, caso o funcionário deixe a empresa, controlar o armazenamento de dados e implementar políticas de uso.

 

O mesmo serve para os aplicativos mobile. Se, mesmo com toda a segurança das ferramentas corporativas, ainda é possível encontrar vulnerabilidades e sofrer grandes violações de dados, mesmo que os desenvolvedores afirmem que ninguém pode bisbilhotar as comunicações dos usuários em apps mobile, sempre vai haver a possibilidade de explorar falhas de segurança por meio de backdoors escondidas ou especificamente criadas.

 

É claro que não precisamos passar a comunicar dados confidenciais apenas com papel e caneta, porém, em uma era de violações diárias de dados, é necessário partir do princípio de que nossas comunicações não vão permanecer privadas por muito tempo.

 

A vigilância constante é essencial para os consumidores de hoje e, também, para que marcas como o Facebook protejam os dados de seus clientes.

 

Isso mostra que as empresas terão de incluir o mobile em sua estratégia de segurança, garantindo, desde a segurança física dos aparelhos, com controles mínimos de definição de senha e travamento, até o monitoramento da reputação e da segurança de aplicativos e a adoção de tecnologias de defesa que ajudem a proteger os dados de novas ameaças que possam tirar proveito de possíveis falhas de segurança em aplicativos mobile.

 

* Carlos Rodrigues é vice-presidente da Varonis para América Latina

 

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