A Arbor Networks, divisão de segurança da NETSCOUT, divulgou seu 12º Relatório Anual sobre Segurança da Infraestrutura Global de Redes, (WISR – sigla em inglês para Worldwide Infrastructure Security Report), com informações colhidas junto a profissionais especializados em redes digitais e segurança da informação dos mais importantes provedores globais de serviços de comunicação; provedores de serviços de nuvem/ hospedagem; e de organizações empresariais de governo e de instituições educacionais. O relatório abrange uma ampla gama de questões ligadas à segurança, que vão da detecção de ameaças e resposta a incidentes até serviços gerenciados, orçamentos e pessoal. Aborda, ainda, os desafios enfrentados pelas operadoras de serviços de Internet, como ameaças baseadas na rede e estratégias de defesa e mitigação.
O relatório mostra que, para os profissionais de rede e de segurança, o jogo mudou. O cenário de ameaças se transformou com o surgimento de botnets formadas por dispositivos IoT (Internet of Things, ou Internet das Coisas). A multiplicação de dispositivos conectados em rede traz inegáveis benefícios para empresas e consumidores, porém as vulnerabilidades de segurança inerentes a esses equipamentos permitem que sejam utilizados como armas de ataque. O relatório da Arbor analisa em profundidade como os dispositivos IoT são recrutados e explorados para o ataque, revelando como funcionam as botnets criadas a partir do código-fonte Mirai, e oferece conselhos práticos para a defesa contra elas.
O maior ataque de negação de serviço distribuído (DDoS – Distributed Denial of Service) verificado em 2016 foi de 800 Gbps – 60% maior do que o maior ataque registrado em 2015, de 500 Gbps. E os ataques DDoS não aumentaram apenas em volume, mas também em frequência e complexidade. A crescente escala e complexidade desses ataques levou um maior número de empresas a implementar soluções específicas de proteção anti-DDoS, a adotar as melhores práticas de defesa híbrida e a melhorar o tempo de resposta a incidentes – fatores positivos em um ambiente de ameaças que, do contrário, poderia ser muito sombrio.
“As pessoas entrevistadas para nossa pesquisa estão familiarizadas com um ambiente de ameaças em constante evolução, com ataques que vêm aumentando em tamanho e complexidade ao longo da última década. No entanto, as botnets IoT mudam o jogo em razão do enorme número de dispositivos envolvidos. Há bilhões desses dispositivos conectados à Internet, e eles são facilmente transformados em armas para o lançamento de ataques maciços. A crescente preocupação com o ambiente de ameaças se reflete nos resultados da pesquisa, que mostram melhorias significativas na implementação de melhores práticas tecnológicas, assim como nos processos de resposta”, observa Darren Anstee, que está à frente da área de tecnologia de segurança da Arbor Networks.
Inovação e exploração de vulnerabilidades fomentam os ataques DDoS: o surgimento de botnets que exploram as falhas de segurança inerentes a dispositivos IoT e a liberação do código-fonte Mirai resultaram na maior capacidade de lançamento de ataques de grande volume.
Escala: o expressivo crescimento no tamanho dos ataques se deve ao aumento das atividades de ataques baseados nos protocolos de reflexão/amplificação, e à transformação dos dispositivos de IoT em armas de ataques, ocasionando o surgimento de IoT botnets.
Frequência: as chances de um ataque DDoS nunca foram tão altas, de acordo o número de ataques relatados pelos entrevistados:
Complexidade: a utilização simultânea de diversos vetores de ataque vem sendo cada vez maior, atingindo ao mesmo tempo diferentes aspectos da infraestrutura da vítima. Os ataques multivetor ganham espaço por ser mais difícil a defesa contra eles. Normalmente são bastante efetivos, o que mostra a necessidade de uma defesa ágil, em múltiplas camadas.
As consequências dos ataques DDoS estão se tornando claras: ataques DDoS conseguiram tornar inacessíveis inúmeros endereços web, acarretando prejuízos de milhares ou até milhões de dólares. Isso levou diretores e alta administração das empresas a considerar prioritária a defesa contra esses ataques.
Melhor avaliação de risco resulta em melhor comportamento de defesa: a pesquisa indicou haver em 2016 melhor compreensão dos danos à marca e despesas operacionais acarretados por ataques DDoS bem-sucedidos, levando as empresas a adotar as melhores práticas em estratégia defensiva. Em todos os setores aumentou o uso de soluções de proteção específica contra ataques DDoS e de métodos considerados como melhores práticas.
Os dados do relatório WISR baseiam-se em 356 entrevistas de fornecedores de serviços de Nível 1, Nível 2 e Nível 3, além de provedores de serviços móveis, hospedagem e redes empresariais e de outros segmentos em todo o mundo. Dois terços dos respondentes identificaram-se como profissionais de segurança, de rede ou de operações. As informações são relativas ao período que vai de novembro de 2015 até outubro de 2016.
Texto: