Fórum Econômico Mundial: Cibercrime e IA estão entre os riscos globais dos próximos anos

Reporte de Riscos Globais de 2024 ressalta a necessidade de mais diálogo diante dos gargalos de inovação. Na visão de especialistas consultados pelo Word Economic Forum, embora demandas como cibercrime e Inteligência Artificial apresentem desafios importantes, o mundo já conta com capacidades para respondê-los

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O Fórum Econômico Mundial publicou nesta quarta-feira (10) a nova edição do Reporte de Riscos Globais, analisando algumas das principais demandas de mercados e governos nos próximos anos. O estudo aponta mudanças importantes na análise dos especialistas e apresenta uma visão mais pessimista em diversos temas, como Tecnologia e Cibersegurança, com usos perigosos da Inteligência Artificial, além de mudanças climáticas e problemas geopolíticos e demográficos.

Segundo a CCO para Europa da Marsh McLennan Companies, Carolina Klint, no atual estágio das tecnologias emergentes, já não é mais necessário grande conhecimento técnico para se tornar um cibercriminoso de sucesso. Como exemplo, a IA pode criar malwares avançados, personificar um indivíduo ou corromper dados de treinamento de outras Inteligências.

“Precisamos admitir que tudo de mais vital que usamos hoje, como água, eletricidade, comunicações, sistemas financeiros, dependem da integridade de redes e sistemas de computadores incrivelmente complexos. Portanto, Cibersegurança não se trata de proteger um computador ou um arquivo digital, mas de garantir cadeias de suprimentos essenciais para manter a sociedade funcionando”, comentou durante a coletiva de imprensa.

De acordo com o pesquisador do Atlas do Cibercrime do Fórum Econômico, Sean Doyle, existe a necessidade de compreender as implicações imediatas e de médio ou longo prazo das novas tecnologias na postura de Cyber Security. “O desenvolvimento tecnológico está tornando a lacuna de equidade cibernética mais acentuada dentro dos países e entre eles. Isso torna todos mais vulneráveis, até mesmo as organizações bem protegidas”, afirmou ele.

Mesmo assim, as empresas devem ainda permanecer atentas aos meios de melhorar resposta aos incidentes cibernéticos a partir da IA processando vastas quantidades de informações e detectando padrões que os humanos deixam passar. Carolina Klint lembra que a ferramenta pode ainda automatizar diversos processos de Segurança, como gerenciamento de patches e controles de vulnerabilidades.

“Neste momento de ápice da revolução tecnológica, é essencial assumir abordagens mais proativas para restringir vulnerabilidades, manter-se atualizado sobre mudanças regulatórias e implementar medidas robustas de cibersegurança e mitigação de riscos digitais”, complementa.



Impactos adversos da Inteligência Artificial

Outro tema tratado pelo Reporte do Fórum Econômico Mundial foi a Inteligência Artificial e os impactos adversos decorrentes dela. Diante do novo papel que a tecnologia passou a assumir na sociedade, a posição desse risco subiu para sexto lugar no ranking dos próximos 10 anos.

“Dada a repentina democratização de interfaces mais amigáveis de IA Generativa, como ChatGPT, e o posterior uso delas para gerar conteúdo sintético a fim de manipular a opinião pública, é de se esperar que a desinformação se tornasse um dos temas principais para o futuro. O potencial impacto nos processos democráticos pelo mundo nos próximos dois anos é grande e pode gerar questionamentos quanto à legitimidade dos governos eleitos”, afirmou Carolina Klint.

Nesse sentido, os riscos de concentração de mercado e os impactos direcionados à segurança nacional dos países exige um esforço dos atores internacionais em favor de melhorar as estruturas de governança global sobre a tecnologia emergente. O líder de IA e Machine Learning da WEF, Benjamin Larsen, ressaltou a importância de ações como o grupo consultivo da ONU para IA e a declaração gerada no AI Safety Summit no Reino Unido.

“As recentes discussões entre o Presidente Biden e o Presidente Xi, reconhecendo os riscos associados aos sistemas avançados de IA, sinalizam um crescente reconhecimento global da necessidade de um gerenciamento responsável. Embora não seja uma solução imediata para a concorrência geopolítica, o diálogo contínuo estabelece as bases para uma maior cooperação e uma possível reversão da fragmentação digital”, conclui Larsen.

* Com Informações do Fórum Econômico Mundial



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