Setor financeiro alerta para avanço dos crimes cibernéticos e fraudes bancárias

2ª Semana da Segurança Digital, liderada pela Febraban, reúne especialistas para debater os esforços das instituições para garantir a proteção das transações, leis, punições e cultura de conscientização sobre segurança digital

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O setor Financeiro no Brasil é um dos mais maduros no tema Segurança Cibernética. São anos investindo em tecnologia e sofisticação para driblar fraudes e golpes bancários. Conforme a transformação digital avança e mais brasileiros são introduzidos ao ambiente digital, as instituições seguem com campanhas de conscientização e alertam a sociedade sobre a importância de assegurar as transações.

 

“A Segurança dos bancos brasileiros é extremamente sofisticada pois é fruto dos testes que fomos submetidos de forma intensa durante anos com muitos incidentes de fraudes. Os criminosos são ágeis e estão cada vez mais sofisticados, isso faz com que os bancos apostem nos processos de proteção de aplicações e infraestruturas. São R$ 2 bilhões investidos ao ano em Segurança da Informação”, destaca Adriano Volpini, diretor da Comissão Executiva de Prevenção a Fraudes da Febraban e diretor de Segurança do Itaú Unibanco.

 

O executivo participou de um painel online durante a 2º Semana da Segurança Digital, liderada pela Febraban em parceria com 28 bancos associados. Com objetivo de orientar a população a se prevenir de fraudes, o debate também destacou os esforços das instituições para garantir a proteção, a chegada do novo sistema de pagamentos instantâneos Pix, a cultura de conscientização sobre segurança digital, além de leis, punições e responsabilidades.

 

Volpini destacou ainda que outro fruto da vanguarda dos bancos em Segurança da Informação é considerar o conceito Security by Design em todo processo. Desde a concepção de um novo produto ou serviço, a Segurança é o primeiro ponto a ser considerado. “Aprendemos a fazer isso ao longo dos anos e isso é normal para nós. Além disso, investimos em tecnologia e em equipes capacitadas, seja para desenvolver aplicações ou acompanhar desvios de comportamentos”, completa.

 

Crimes cibernéticos

 

O debate também destacou como o avanço do cibercrime tem preocupado autoridades e instituições financeiras. Erik Siqueira, agente da Polícia Federal e especialista em Segurança da Informação, enfatizou que os criminosos são oportunistas e estão cada vez mais próximas dos cidadãos, explorando vulnerabilidades em celulares e aplicativos.

 

“Mais cedo, fiz reuniões com autoridades europeias, pois cibercriminosos brasileiros estão investindo pesado em ataques a bancos e instituições financeiras na Europa. Estamos acompanhando esse movimento, pois sabemos que nosso sistema financeiro é muito seguro, é natural que fraudadores procurem outras formas de atacar, principalmente para ganhar mais em moeda estrangeira”, acrescenta.

 

Ele destaca ainda que a melhor forma de prevenção é a informação, principalmente diante de grandes marcos no ambiente digital esse ano, como o auxílio emergencial disponibilizado pelo governo federal por conta do impacto econômico causado pelo novo coronavírus, além da chegada do Pix.

 

“Esse ano está sendo marcado pela digitalização e entrada de novos brasileiros no sistema bancário. É importante que todos conheçam como funcionam as plataformas digitais e transações eletrônicas. A Polícia Federal vem trabalhando fortemente com campanhas de conscientização em redes socais, pois os crimes cibernéticos já quebraram barreiras entre físico e digital, organizações criminosas como o PCC também utilizam esse ambiente para financiar outros crimes. É uma novidade para todos e tenho certeza de que a cooperação é o melhor caminho”, completa.

 

Volpini concorda e alerta que a impunidade tem alavancado o avanço do cibercrime no Brasil, justamente por ser um meio que entrega grandes vantagens financeiras e baixo risco. Ele destaca quatro principais pontos de causas de fraudes no Brasil: característica do brasileiro por ser um povo mais caloroso com menos malicia para desconfiar de golpes; escassez de cultura digital, o que exige mais campanhas de conscientização para os novos bancarizados; sofisticação do fraudador; e impunidade.

 

“O golpista brasileiro está cada dia mais tecnológico e com grande conhecimento dos ambientes digitais, capacidade que está sendo exportada, inclusive. Além disso, a dificuldade em punir esses criminosos torna o ambiente de ciberataques ainda mais vantajoso para eles”, pontua.

 

Ele destaca que o desafio o setor financeiro como um todo é quebrar barreiras culturais seguir com campanhas de conscientização. “Há anos os bancos investem em conscientização. Cada instituição isoladamente, além dos programas liderados pela Febraban e parcerias que nos alinham com as melhores práticas internacionais, tem essa missão de levar mais informações à população e tratar de Segurança com responsabilidade. É um esforço que fazemos e seguiremos assim”, completa o diretor de Segurança do Itaú Unibanco.

 

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