O desafio de unir aplicação, segurança e nuvem

Em evento regional que reuniu clientes e parceiros em Playa Del Carmen, no México, a F5 Networks mostrou que encara o desafio de ser reconhecida como uma empresa de segurança, trazendo para o mundo das nuvens a expertise em controle e proteção das aplicações 

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Ser reconhecida como uma empresa de segurança mas sem perder o DNA da aplicação. Essa foi a mensagem que permeou os dois dias do F5 Revolution Latam, realizado esta semana, em Playa Del Carmen, no México. E isso não é uma tarefa fácil. A empresa, identificada como um player poderoso na área de balanceamento e gerenciamento de aplicações, tem a tarefa de se posicionar como uma empresa de segurança, levando para o mundo multicloud e na modalidade SaaS, a experiência em controle e proteção.

 

“É uma mudança significativa na maneira como a F5 sempre atuou no mercado e isso nos cria muitas oportunidades, já que o mundo dos negócios migrou para o universo das aplicações web e em modelos de nuvem, de diversos tipos e provedores”, afirmou Hilmar Becker, country manager da F5 Networks para o Brasil. Essa multiplicidade de cenários é justamente o que mais desafia as empresas hoje, quando o tema é segurança dos dados.

 

Há dois anos na companhia, Becker confessa que havia inicialmente uma expectativa de que a F5 faria esse movimento baseada em um forte modelo de aquisições, mas na verdade não foi bem assim. A empresa optou por um modelo de desenvolvimento próprio e a compra mais significativa aconteceu recentemente, quando adquiriu a NGINX, famoso servidor web criado originalmente por Igor Sysoev e lançado em outubro de 2004. Com essa incorporação, a F5 uniu duas pontas importantes, segurança e desenvolvimento. “Dessa forma, podemos atuar também em clientes menores e nos posicionar definitivamente no mundo DevOps”, afirma ele.

 

Na verdade, o objetivo da F5 é conquistar o cobiçado cenário da “segurança by design”, um sonho de consumo acalentado pelos profissionais que atuam na área de SI. Na opinião de Leonardo Andrade, diretor da Niva Tecnologia, um dos grandes parceiros da F5 em Brasília, a aquisição da NGINX causou estranheza, no primeiro momento, mas agora faz todo sentido porque na verdade a maioria dos clientes já conhecia a solução. “Ela é muito popular no mundo do desenvolvimento”, disse ele. “Talvez essa seja a principal razāo que motivou F5 a fazer essa aquisição”, concluiu.

 

Segurança em multicloud x novos negócios

 

Quando se trata de aplicação em nuvem, a questão da responsabilidade sobre a segurança das informações tem se tornado um tema relevante no Brasil, principalmente em um novo cenário regulatório, com a proximidade da entrada em vigor da Lei Geral de Proteçāo de Dados, que prevê penalidades em casos de vazamentos de dados. Questionado sobre o tema, Hitesh Patel, diretor global de produtos da F5 foi enfático: “a responsabilidade sobre a segurança em cloud tem que ser compartilhada, meio a meio, entre provedor e cliente”.

 

O country manager do Brasil, Hilmar Becker, também tem percebido que cada vez mais os provedores de nuvem estão preocupados em apontar para os clientes a segurança dos dados e das aplicações como responsabilidade do usuário e é preciso cuidar desse aspecto com o máximo cuidado. Ele se refere ao fato de que hoje muitos incidentes de segurança envolvem o nome dos provedores, o que não é interessante para nenhum deles. Embora tenha anunciado com ênfase o F5 Cloud Services para AWS, da Amazon, Becker ressalta que a F5 atua com todos os provedores, tanto garantindo gerenciamento e segurança das aplicações nesses ambientes, como ofertando a solução no modelo SaaS.

 

Em termos de oportunidades, o cenário no Brasil, na opinião de Becker, é de empresas que já são usuárias do modelo multicloud, mesmo sem perceber, e irão demandar mais cedo ou mais tarde, segurança e gerenciamento nesses ambientes, além de cogitar a solução no modelo as a service. “Essa modalidade também abre para a F5 a possibilidade de ter uma oferta para empresas médias que estão em pleno modelo de transformação digital e com várias aplicações em cloud. Ao mesmo tempo, temos muitos clientes on premise que são potenciais usuários de nossas soluções na nuvem em função de novos negócios”. Hoje, as pesquisas apontam que algo em torno de 80% das empresas já estão em mais de uma nuvem, mesmo que não saibam disso.

 

A expectativa da F5 para o Brasil nesse ano fiscal que se encerra em setembro, é manter a taxa de crescimento dos últimos períodos, na casa dos 30%, embora Hilmar Becker admita que os negócios desaceleraram em função de um cenário de indefinições politicas no pais. De qualquer forma, na visão dele, essas oportunidades estão sendo apenas postergadas, o que gera uma grande expectativa para os próximos meses do ano calendário brasileiro.

 

Graça Sermoud viajou para o México a convite da F5 Networks

 

 

 

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