Excesso de confiança dos usuários contribui para aumento de cibercrimes

Vítimas tendem a ser usuárias de múltiplos dispositivos e falham em princípios básicos de Segurança, como utilizar as mesmas senhas em várias contas ou as compartilham com outras pessoas; 33% acreditam que correm baixo risco de sofrerem com fraudes virtuais

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Os consumidores acreditam estar seguros e protegidos online, porém, os hackers têm provado o contrário, roubando US$ 172 bilhões de 978 milhões de consumidores em 20 países no último ano. No Brasil, 62 milhões de consumidores foram vítimas de crimes virtuais – mais da metade da população online de adultos do Brasil. As perdas totalizaram R$ 22 bilhões e cada vítima perdeu uma média de 33,9 horas lidando com as consequências após a descoberta. As informações são do Norton Cyber Security Insights Report 2017, divulgado pela Norton by Symantec.

 

Globalmente, as vítimas de crimes virtuais compartilham um perfil muito parecido. Geralmente são consumidores que fazem uso diário de múltiplos dispositivos, seja em casa ou em movimento, e têm um ponto cego quando se trata de princípios básicos de segurança cibernética. Este grupo tende a usar a mesma senha em várias contas ou compartilhá-la com outras pessoas. Igualmente preocupante, 39% das vítimas globais de crimes virtuais, apesar da sua experiência, ganharam confiança em sua capacidade de proteger seus dados e informações pessoais de ataques futuros e 33% acreditam que eles correm baixo risco de se tornarem vítimas de crimes virtuais.

 

“As atitudes dos consumidores revelaram uma desconexão perigosa. Apesar de um fluxo constante de falhas cibernéticas relatadas pela mídia, muitas pessoas parecem se sentirem invencíveis e ignorar o uso de precauções básicas para protegerem-se”, disse Fran Rosch, vice-presidente executivo da unidade de Consumo da Symantec. “Esta discrepância destaca a necessidade de segurança digital do consumidor e a urgência das pessoas estarem atentas aos cuidados básicos quando se trata de fazer sua parte para prevenir de crimes virtuais”, completa o executivo.

 

Brasileiros adquirem medidas de segurança cibernética, mas deixam suas portas virtuais desbloqueadas

Os consumidores utilizam tecnologias de proteção de dispositivos, como identificação de impressões digitais, correspondência de padrões e reconhecimento facial: 40% usam identificação de impressão digital, 25% usam correspondência de padrões, 18% usam VPN pessoal, 14% utilizam ID de voz, 12% utilizam autenticação de dois fatores e 12% utilizam reconhecimento facial. Ainda assim, consumidores que adotaram essas tecnologias foram descuidados com a senha e foram vítimas de crimes virtuais.

 

Consumidores que demonstraram confiança são mais propensos a ataques, já que tem maior número de dispositivos e alguns novos. 44% das vítimas de crimes virtuais no Brasil possuíam um dispositivo inteligente para transmissão de conteúdo, em comparação com 41% das não vítimas. Eles também eram três vezes mais propensos a possuir um dispositivo doméstico conectado.

 

Apesar de sofrer com crimes virtuais no ano passado, quase 1/4 das vítimas no Brasil usou a mesma senha online em todas as contas e 65% compartilham a mesma senha para pelo menos um dispositivo ou conta com outros, negando os esforços de segurança. Em comparação, apenas 23% das não vítimas de crimes virtuais reutilizam senhas e 42% compartilham suas senhas com outras pessoas. Além disso, 35% escrevem suas senhas em um pedaço de papel e são quase duas vezes mais propensos a usar senhas diferentes e salvar sua senha em um arquivo em seu computador/ smartphone do que não vítimas.

 

Diminuindo as fronteiras entre Crimes virtuais e a “Vida Real”

 

83% dos consumidores do Brasil acreditam que crimes virtuais devem ser tratados como um ato criminoso. No entanto, quando pressionados, houve controvérsias, 32% dos entrevistados acreditam que roubar informações online não é tão ruim quanto roubar propriedades na “vida real”. Quando apresentados exemplos de crimes virtuais, 44% dos consumidores responderam acreditar que, eventualmente, seja aceitável certos comportamentos moralmente questionáveis online, como, leitura de e-mails de outra pessoa (25%), usar um e-mail falso ou o e-mail de outra pessoa para identificar-se online (20%) e até mesmo acessar a conta bancária de alguém sem sua permissão (16%).

 

O estado de confiança dos consumidores
Apesar dos ataques cibernéticos deste ano, os consumidores geralmente continuam confiando nas instituições que gerenciam seus dados e informações pessoais. No entanto, os brasileiros já não estão tão confiantes em algumas instituições e organizações.

 

· Os consumidores ganharam ou mantiveram confiança em organizações como bancos e instituições financeiras (76%) e provedores de serviços de proteção contra roubo de identidade (70%) apesar dos ataques foram destaques na mídia este ano.

 

· Alternativamente, mais de metade dos consumidores brasileiros (73%) perderam confiança no governo para gerenciar seus dados e informações pessoais no ano passado. 35% perderam confiança nas plataformas de redes sociais.

 

· 47 % das vítimas de crimes virtuais no Brasil aumentaram sua confiança em si mesmos para gerenciar seus dados e informações pessoais.

 

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