Escassez de habilidades cibernéticas e o desafio no desenvolvimento de pessoas

Líderes de Segurança compartilham visões da atual escassez de profissionais qualificados, principalmente em um cenário complexo de incidentes cibernéticos, onde o trabalho em equipe faz toda a diferença

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O cenário de incidentes cibernéticos segue intenso e desafiador. O momento é crítico e expõe dois problemas que vão além das brechas e vulnerabilidades: a escassez de mão de obra qualificada e a sobrecarga mental dos gestores de Segurança da Informação.

 

O reporte Global Cybersecurity Outlook 2022, produzido pelo Fórum Econômico Mundial, indica que até 2030, o setor global de tecnologia terá uma escassez de mão de obra de 4,3 milhões de profissionais. Quando o levantamento questionou os quase 1.000 membros sobre as estratégias de defesa da empresa para responder e se recuperar de um ataque cibernético, 50% acham difícil devido à escassez de habilidades dentro das equipes.

 

Para Hélio Junji, CISO na Cartão Elo, não existe uma estrutura de formação bem-organizada quando se trata de cibersegurança, já que a preparação dos profissionais não está acompanhando o avanço dos crimes cibernéticos.

 

“Existe a falta de profissionais qualificados diante de um mercado cada vez mais aquecido. Com isso, vivemos no dilema de preparar um profissional dentro de casa e, a partir do momento em que ele desenvolve as habilidades em cibersegurança, corremos o risco de perder esse colaborador para a concorrência”, comenta o executivo durante o Congresso Security Leaders.

 

Igor Gutierrez, CISO na B. GROB do Brasil, concorda e acrescenta que o Brasil está perdendo profissionais de Segurança, pois muitos aceitam proposta para trabalhar em outros países, com salários e benefícios mais atraentes.

 

Para Fábio Xavier, Diretor do Departamento de TI no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, o setor de governo também vive esse desafio de retenção de talentos. “É um dilema equilibrar as demandas, precisamos sempre contar com a tecnologia para garantir a operação do negócio”, comenta o Diretor.

 

A síndrome de Burnout é outra preocupação dos Líderes de Segurança, já que a vida da ciberdefesa não tem sido fácil, causando uma sobrecarga mental nos gestores de SI. “Burnout é um assunto cada vez mais frequente dentre os profissionais do mercado, se tornando um perigo ao atingir excelentes profissionais que assumem muitas outras responsabilidades”, analisa CISO na B. GROB do Brasil.

 

“É importante falarmos sobre o burnout na área de Segurança da Informação. A pandemia trouxe uma pressão muito forte para os times, além da alta dos ataques cibernéticos. A pressão é grande e é preciso equilibrar as funções para não sobrecarregar os colaboradores”, completa.

 

Neste cenário, o tripé pessoas, processos e tecnologia é uma estratégia ainda mais eficaz dentro das organizações. Além disso, os líderes destacam a importância em compartilhar experiências para o desenvolvimento de pessoas qualificadas.

 

Essa diretriz vai ao encontro de outro dado do reporte Global Cybersecurity Outlook 2022. De acordo com o levantamento, o principal objetivo dos líderes cibernéticos é desenvolver confiança e parcerias dentro do seu ecossistema. Mais de 90% dos entrevistados relataram receber insights significativos por meio de informações externas em grupos de partilha de conhecimento e experiências e/ou parceiros.

 

O painel completo com esse debate está disponível no canal da TVD no Youtube. Veja na íntegra, inclusive com outros tópicos compartilhados sobre essa escassez do mercado de Segurança e o desenvolvimento de pessoas habilitadas para a cenário complexo da ciberdefesa.

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