Cybersecurity e Burnout: a importância de proteger a saúde mental dos profissionais

A área de Segurança da Informação é estressante e desafia os times não só na proteção dos ambientes, mas também da saúde. Alex Amorim, especialista em SI e presidente do IBRASPD, destaca em seu artigo quatro estratégias para que empresas auxiliem os colaboradores a evitar síndromes como o Burnout

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Por Alex Amorim 

 

Com o aumento das ameaças cibernéticas e a necessidade de proteger dados confidenciais, o papel do time de Cyber Security tem se tornado cada vez mais importante dentro das empresas. No entanto, esse trabalho pode ser extremamente desafiador e estressante, levando os profissionais da área a sofrerem de Síndrome de Burnout.

 

Segundo o Gartner, até 2025, cerca de metade dos líderes de Cibersegurança seguirão para outros cargos. Além disso, 25% dos profissionais migrarão completamente de área devido ao estresse relacionado à própria atividade.

 

O burnout é uma síndrome resultante do estresse crônico no ambiente de trabalho, que se caracteriza por exaustão emocional, despersonalização e redução do desempenho profissional. Ele pode afetar pessoas de todas as áreas, mas é especialmente comum entre profissionais de Segurança da Informação.

 

Isso ocorre porque os gestores dessa área precisam lidar com uma grande quantidade de dados sensíveis e informações confidenciais, muitas vezes em ambientes de alta pressão. Além disso, eles precisam se manter atualizados sobre as mais recentes ameaças cibernéticas e tecnologias de defesa, o que pode ser um desafio constante.

 

Por esses motivos, é fundamental que as empresas apoiem seus times de Cyber Security e tomem medidas para prevenir a Síndrome do Burnout. Algumas das estratégias que podem ser adotadas incluem:

 

1 – Estabelecer limites razoáveis: É importante que os profissionais de Segurança tenham um horário de trabalho definido e que não sejam solicitados a trabalhar excessivamente.

 

2 – Fornecer recursos adequados: Os profissionais de SI precisam de recursos adequados para realizar seu trabalho com eficiência, incluindo ferramentas de Segurança e treinamentos atualizados. Vale lembrar que nem tudo é crítico, é importante saber separar demandas do dia a dia de incidentes que, de fato, necessita de uma maior atenção.

 

3 – Apoiar a saúde mental: As empresas devem incentivar seus profissionais de Cyber Security a cuidarem da saúde mental, oferecendo programas de bem-estar, aconselhamento e outros recursos. Sabemos que existem muitas demandas, às vezes, vale mais compensação de dias do que hora extra. Sempre é bom negociar dias de folgas com os profissionais para passar mais tempo com a família.

 

4 – Reconhecer e recompensar o trabalho bem-feito: O reconhecimento do trabalho dos profissionais de SI pode ajudar a manter sua motivação e reduzir o estresse. Nós brasileiros temos um péssimo hábito de não comemorar as pequenas vitórias… Sempre teremos muitas demandas e desafios, mas entendo como importante ter datas para comemorar os feitos do ano, semestre e trimestre. Incluindo se possível um espaço para reconhecimento de profissionais que se destacaram no período.

 

Ao tomar medidas para prevenir a Síndrome do Burnout, as empresas podem proteger a saúde de seus profissionais de Cyber Security e garantir que eles possam realizar seu trabalho de forma eficiente e eficaz. Isso é fundamental para proteger os dados e a privacidade dos clientes, funcionários e da empresa como um todo.

 

Diante da importância do tema e dos riscos envolvidos na Segurança Cibernética, fica a dúvida, é preciso questionar se as empresas estão realmente preocupadas com a saúde mental de seus profissionais de SI. Será que elas estão adotando medidas efetivas para prevenir o burnout e proteger a saúde de seus colaboradores, ou essa questão ainda é negligenciada em muitas organizações?

 

Para finalizar é importante que as empresas avaliem suas políticas e práticas em relação à Segurança da Informação e considerem a saúde mental de seus profissionais como uma prioridade. Afinal, um time saudável e motivado é fundamental para a proteção dos dados e a continuidade dos negócios.

 

*Alex Amorim é Especialista em Privacidade e Segurança da Informação, Membro de Conselho, Fundador e Presidente do IBRASPD e Executivo de Cyber Security da Claro Brasil

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