Em um ambiente de trabalho formado por profissionais de diversas gerações, os que têm mais de 30 anos são mais propícios a adotar boas práticas de segurança cibernética do que seus colegas mais jovens, que já cresceram familiarizados com o universo digital. Esse é um dos principais resultados de um relatório sobre como cada geração lida com a segurança cibernética divulgado hoje pela Divisão de Segurança da NTT Ltd.
A pesquisa da NTT identificou as boas e as más práticas para as organizações pesquisadas como parte do seu relatório Risk: Value 2019, pontuado em 17 critérios-chave e revelou que os menores de 30 anos pontuaram 2.3 em termos de melhores práticas de cibersegurança, em comparação com 2.9, entre pessoas de 30 a 45 anos e 3.0 com quem tem entre 46 a 60 anos.
Os dados sugerem que não é porque um profissional nasceu na era digital que ele terá melhores práticas de segurança. De fato, os colaboradores que passaram mais tempo no local de trabalho, adquirindo conhecimento e habilidades, conquistaram um ‘DNA digital’ durante esse período em que a tecnologia entrou em suas vidas, tendo mais vantagem sobre os trabalhadores mais jovens.
Os menores de 30 anos, por outro lado, que nasceram na era digital são mais relaxados, especialmente quando se trata de segurança cibernética. Embora eles adotem diferentes práticas de trabalho e sejam produtivos, flexíveis e ágeis, usando suas próprias ferramentas e dispositivos, metade dos entrevistados acha que a responsabilidade pela segurança cibernética cabe exclusivamente ao departamento de TI. Isso é 6% superior aos entrevistados que possuem idade mais avançada.
Principais diferenças nas atitudes em relação à segurança cibernética
Principais diferenças regionais
Os maiores de 30 anos no Brasil e na França emergem como líderes em cibersegurança em seus países; o foco da agência de segurança cibernética do governo francês há quatro anos é aumentar a conscientização sobre os problemas de segurança cibernética entre crianças e estudantes. No Brasil, a infraestrutura digital foi lançada mais tarde do que na América do Norte, Europa e Ásia-Pacífico, o que significa que os funcionários de meia-idade tiveram menos exposição ao digital. Nos países nórdicos, nos EUA, em Hong Kong e no Reino Unido – todos países avançados digitalmente – os funcionários mais velhos têm muito do “DNA digital”, no entanto, esses países devem garantir que os menores de 30 anos continuem aprendendo e adotando boas práticas de segurança cibernética.
Adam Joinson, professor de Sistemas de Informação da Universidade de Bath, especialista na interseção entre tecnologia e comportamento, comenta: “Não existe uma abordagem única para a segurança cibernética. As ideias do estudo da NTT demonstram que tratar todos os funcionários com o mesmo risco ou com as mesmas habilidades é problemático para as organizações. Precisamos ter cuidado para não assumir que os menores de 30 anos simplesmente não se importam tanto com a segurança cibernética. Embora isso possa ser verdade em alguns casos, em outros, é mais provável que as políticas e práticas de segurança existentes não atendam às suas expectativas sobre ‘coisas que estão funcionando’”.
“Se queremos aproveitar a fantástica criatividade e energia dos trabalhadores mais jovens, precisamos pensar na segurança como algo que possibilita seu trabalho, não como algo que os impede de realizar suas tarefas. Isso provavelmente significa que os profissionais de segurança precisam repensar fundamentalmente a maneira como as políticas de segurança operam e encontrar maneiras de melhorar o ajuste entre a segurança e as tarefas que os funcionários devem realizar como parte de seu trabalho principal.”
Garry Sidaway, vice-presidente sênior de Estratégia de Marketing da NTT, acrescenta: “A pesquisa da NTT descobriu atitudes e comportamentos contrastantes sobre segurança cibernética entre diferentes gerações. Fica claro, a partir da pesquisa, que a força de trabalho deve ter uma atitude muito diferente em relação à segurança cibernética, dependendo da idade.
As empresas precisam transformar sua abordagem de segurança para envolver todas as gerações. O mais importante é garantir que os funcionários entendam que a segurança é uma obrigação de todos e não é simplesmente uma função da TI, como foi o caso no passado. Gerações diferentes usam a tecnologia de maneiras diferentes, e os líderes empresariais precisam reconhecer que práticas fortes de cybersecurity sejam um facilitador e não uma barreira. Os líderes de segurança devem se tornar mais acessíveis e falar o idioma dos negócios, não a TI. A educação também é fundamental para mudar e aceitar; portanto, quando se trata de segurança cibernética, a educação e o aprendizado tornam-se interessantes e relevantes para todas as gerações da força de trabalho.”
Práticas recomendadas de segurança cibernética em uma força de trabalho multigeracional
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