Testes de penetração x Scan de Vulnerabilidades: qual a melhor estratégia?

A evolução contínua dos cibercriminosos faz essa pergunta, literalmente, custar milhões. Existem duas estratégias que devem ser priorizadas para evitar situações agravantes, principalmente agora que a LGPD já está em pleno funcionamento

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Você já parou para se perguntar quais são os pontos fracos da sua estratégia de segurança?

Com hackers evoluindo diariamente e o número de ataques crescendo, a cibersegurança é um dos temas centrais entre os líderes.

Por isso, mais do que nunca, testar todas as possíveis brechas, detectar ameaças e lidar com elas, antecipando possíveis ataques, nunca foi tão importante.

Nesse cenário, existem duas soluções fundamentais que podem melhorar um plano de segurança. Ambas as abordagens são procedimentos importantes que devem ser colocados em prática, conjuntamente, para proteger as organizações e manter a funcionalidade do negócio.

As duas táticas se tornaram vitais para adequar as organizações à chegada da LGPD e para atuar na segurança dos usuários, dos processos e das equipes.

Vamos conhecê-las?

Encontre os pontos fracos: o Scan de Vulnerabilidades

A primeira abordagem é conhecida como “Scan de vulnerabilidades”. Essa técnica consiste em uma análise da rede, a qual é realizada por especialistas, usando as ferramentas certas, em busca por falhas de segurança.

É um procedimento que direciona os esforços para identificar vulnerabilidades e deve ser realizado sempre que houver uma mudança importante na TI ou a cada 3 meses, por exemplo.

Em geral, todo o processo é automatizado, por se tratar de uma estratégia mais ampla, que visa mapear o maior número possível de ameaças, sem aprofundar-se em cada uma delas.

Um passo à frente dos cibercriminosos: o Teste de Penetração 

A segunda abordagem é o Teste de Penetração, mais conhecido por Pentest. A intenção é simular tentativas de invasão da rede corporativa nos níveis interno e externo.

Em muitos casos, esses testes envolvem vários departamentos da empresa e exigem conhecimento técnico adequado. Uma checagem por vulnerabilidades inocentemente mal direcionada pode resultar em violação das leis de privacidade ou ainda pode notificar usuários sobre as falhas na segurança.

Justamente por isso, não é incomum que o Teste de Penetração seja realizado em apenas um app ou em uma parte da rede. Isso ajuda a otimizar o tempo e o custo, mas precisa ser um processo bem planejado para evitar riscos desnecessários para a companhia. Sendo assim, o Pentest é uma abordagem que levanta um número menor de ameaças, mas que tenta entender a fundo o potencial de impacto de cada uma delas.

Mas, afinal, como utilizar cada uma dessas abordagens para garantir a segurança e combiná-las no dia a dia do negócio? Eu explico!

Para neutralizar ataques de hackers, conheça essa “Dupla Infalível”

No cenário ideal, as duas metodologias precisam trabalhar em conjunto para uma análise correta de riscos.

A principal diferença entre as duas modalidades é que a primeira, o Scan de Vulnerabilidades, foca em descobrir as brechas existentes no sistema, enquanto a segunda, o Pentest, busca explorar e estabelecer meios de combater as vulnerabilidades.

Além disso, eles variam em aplicações. O Scan de Vulnerabilidades é um processo automatizado que utiliza ferramentas de TI para realizar a varredura. Já os testes de intrusão atuam mais por processos manuais, os quais aproveitam as informações encontradas, por meio de relatórios de vulnerabilidades gerados pelos scans. Porém já é possível automatizar alguns pentestes.

É importante tabular todos os resultados dos testes para conseguir visualizar as melhores soluções para a companhia. É aqui que a colaboração entre as equipes internas, mais especificamente, de gerenciamento de projetos e de segurança, se torna primordial para o sucesso.

Isso vai possibilitar uma eficiente análise dos riscos financeiros, de reputação, de produção e de conformidade e regulamentação.

Vale lembrar que, quando uma ameaça é identificada e tratada, é necessário estabelecer novos testes, além de manter uma rotina de checagens periódicas após a correção. Isso garante que o mesmo erro não vá voltar a acontecer novamente e ajuda no gerenciamento da segurança e das ferramentas como um todo.

O CIS (Center for Internet Security) elaborou um documento interessante, chamado 20 Foundational Security Controls, que ajuda a definir prioridades e periodicidades para estes dois tipos de testes. Vale a leitura!

A adoção de scans de vulnerabilidades automatizados e constantes, juntamente com Pentests, ajudam na criação e na manutenção de um programa eficiente de segurança. Essa é a melhor maneira de identificar as ameaças e evitar seus riscos.

Se a intenção é dificultar a vida dos hackers, essa dupla é imbatível.

 

Douglas Rocha
Information Security Executive Manager no Banco Inter 

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