Gerenciamento da rede é essencial para evitar propagação de ameaças

Segundo Carlos Rodrigues, VP da Varonis para a América Latina, vulnerabilidades são comuns em todas as empresas, mas, infelizmente, muitas organizações ainda não dão o tratamento adequado a esse problema, investindo apenas em soluções de prevenção, que não funcionam quando o hacker já conseguiu invadir usando alguma fraqueza ainda não descoberta

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A rede corporativa é o “coração” de uma empresa. Se estiver bem estruturada tecnicamente e organizada no armazenamento de dados, contribui diretamente para a boa produtividade. Caso contrário, se tiver falhas de configuração, certamente deixa a empresa vulnerável e pode ser a “porta de entrada” para a propagação de uma série de ameaças para a segurança de dados corporativos.

 

Recentemente, tivemos o caso do Bad Rabbit, que infectou computadores por meio de um instalador falso do Adobe Flash e “roubou” diversos dados em países do Leste Europeu. O ataque foi regionalizado, mas tem o perfil de poder se espalhar geograficamente em grande proporção.

 

Neste caso, a principal origem do ataque foi o usuário, que tinha de clicar no arquivo malicioso para permitir que a ameaça começasse a agir. No entanto, vale a pena lembrarmos que o acesso do usuário aos arquivos, em especial, arquivos sensíveis, mesmo quando ele não precisa ter acesso a essas informações, é um problema de redes mal gerenciadas. Falhas no permissionamento da rede é que, neste caso, podem ser consideradas as “responsáveis técnicas” pelas infecções causadas pelo Bad Rabbit.

 

O potencial de prejuízo causado pelo problema do mau gerenciamento das redes vem crescendo significativamente nos últimos tempos, devido ao perfil de ataques recentes, em especial, ameaças avançadas, que tiram proveito dessas vulnerabilidades – que são ainda mais difíceis de detectar em ambientes complexos, em que a superfície de ataque é maior.

 

Vulnerabilidades de rede são comuns em todas as empresas, mas, infelizmente, muitas organizações ainda não dão o tratamento adequado a esse problema, investindo apenas em soluções de prevenção, que não funcionam quando o hacker já conseguiu invadir a rede usando alguma vulnerabilidade ainda não descoberta.

 

Diante deste cenário, as empresas precisam investir em programas de gerenciamento para monitorar os mais diferentes ativos de TI, em especial, o dado, que é o item mais visado e de maior valor. Avaliar a segurança de servidores, switches e o perfil de funcionamento de IPs são importantes para evitar ameaças como o Bad Rabbit, mas, são os dados o principal alvo dos criminosos e que, portanto, devem receber a máxima proteção.

 

No caso do Bad Rabbit, nas empresas que contam com estratégias sólidas de gerenciamento de rede e proteção dos dados, dificilmente a infecção seria capaz de atingir seu objetivo de roubar arquivos, pois, com um controle de permissionamento efetivo, mesmo que o usuário permitisse a entrada da ameaça, haveria menos chances de que o hacker tivesse acesso a informações sensíveis.

 

Além de regras de permissionamento, o monitoramento da rede daria maior visibilidade, compreensão e, principalmente, a capacidade de detectar a presença de elementos estranhos, dando à equipe de TI a possibilidade de agir antes que a ameaça cause maiores estragos. Softwares de monitoramento dariam a capacidade de identificar dados saindo da rede, por exemplo.

 

Isso mostra que, por mais que sua rede tenha vulnerabilidades que você ainda não tenha detectado, com boas regras de permissionamento e um gerenciamento da rede que possibilite monitorar seu comportamento, bem como as atividades envolvendo os dados, é possível enfrentar ameaças como o Bad Rabbit e qualquer outra cujo funcionamento envolva tirar proveito de falhas de segurança ou usuários desatentos.

 

* Carlos Rodrigues é vice-presidente da Varonis para a América Latina

 

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