Empresas coletam muito mais dados do que podem controlar

Estudo revela que duas em cada três empresas (65%) não estão preparadas para analisar todos os dados que coletam e apenas metade (54%) das organizações sabem onde essas informações estão armazenadas; tais companhias são incapazes de aplicar os controles adequados de segurança

Compartilhar:

Duas em cada três empresas (65%) não estão preparadas para analisar todos os dados que coletam e apenas metade (54%) das empresas sabem onde todos seus dados sensíveis estão armazenados. Mais de dois terços das organizações (68%) admitem que não estão realizando todos os procedimentos necessários para estar em conformidade com as leis de proteção de dados, como o GDPR (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados). Estas são apenas algumas das descobertas do quinto Índice anual de Confiança na Segurança de Dados, da Gemalto.

 

 

A pesquisa descobriu que a capacidade das empresas em analisar os dados que coletam varia em todo o mundo, com a Índia (55%) e a Austrália (47%) liderando o ranking de melhor percepção no uso dos dados que coletam. De fato, apesar de nove em dez (89%) organizações mundiais concordarem que a análise efetiva dos dados dá a elas uma margem competitiva, apenas uma em cada cinco empresas operando na Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo (20%) e também no Reino Unido (19%) estão aptas a fazer isto.

 

“Se as empresas não podem analisar todos os dados que coletam, não conseguem compreender o valor dos mesmos – e isto significa que não irão saber como aplicar os controles adequados de segurança para estes dados”, disse Jason Hart, vice-presidente e diretor de tecnologia para proteção de dados na Gemalto.

 

“Seja para vender ilegalmente na web, manipular para ganho financeiro ou prejudicar a imagem e reputação das empresas, dados vulneráveis são uma mina de ouro para os hackers. Algumas destas consequências podem ser identificadas nos recentes ataques à Agência Mundial Anti-Doping e à Federação Internacional de Luge (uma das modalidades das Olimpíadas de Inverno).

 

 

Além disto, a manipulação de dados pode levar anos para ser descoberta, e com os dados coletados informando tudo sobre a estratégia comercial de vendas e desenvolvimento de produtos, seu valor e integridade não podem ser subestimados.”

 

 

A percepção que uma violação de dados pode ser evitada ainda é pequena

 

Ao avaliar como os dados estão sendo protegidos, o estudo descobriu que quase metade (48%) dos profissionais de TI acreditam que a segurança do perímetro é efetiva em manter usuários não autorizados fora de suas redes. Isto ocorre apesar da maioria dos profissionais de TI (68%) confirmar que usuários não autorizados podem acessar suas redes corporativas, sendo as empresas australianas as mais suscetíveis (84%) e as do Reino Unido as menos suscetíveis (46%).

 

Entretanto, uma vez que os hackers estejam dentro, menos da metade das empresas (43%) acredita que seus dados estariam seguros. As empresas do Reino Unido são as mais preocupadas, com apenas 24% extremamente confiantes sobre a segurança dos dados, e as da Austrália com maior alto índice de confiança (65%).

 

Mesmo que ainda acreditem na maneira como estão protegendo suas redes, um terço (27%) das empresas relataram que a sua rede foi invadida nos últimos 12 meses. Dentre as que já sofreram uma violação deste tipo, apenas 10% dos dados comprometidos estavam protegidos por criptografia. Ou seja, em 90% dos casos, os dados sofreram exposição.

 


Estar em conformidade com regulamentos é crucial

Segundo o estudo, uma crescente conscientização sobre violação de dados e comunicações em torno do GDPR levaram à maioria (90%) dos clientes a acreditar que é importante para as organizações cumprir com as regulamentações de privacidade de dados. De fato, mais da metade (54%) já sabe o que é criptografia, e mostram um entendimento de como seus dados devem ser protegidos.

 

Segundo Hart, é tempo das organizações colocarem suas casas em ordem, iniciando com quem supervisiona a segurança de seus dados. “Uma figura central, como um Diretor de Proteção de Dados, deve ser nomeada para o conselho a fim de liderar um comitê sobre o assunto, discutido nos diversos níveis da empresa”, afirma.

 

“Depois, é necessário focar na análise dos dados coletados a fim de assegurar que estejam corretamente protegidos além de proporcionar um processo de tomada de decisões de negócio mais efetivo. E finalmente, uma mudança de mentalidade”.

 

Destaques

Colunas & Blogs

Conteúdos Relacionados

Security Report | Destaques

Soft skills são próximos passos na evolução da confiança em Cyber, avaliam CISOs

Pesquisa da consultoria Kroll aponta que os gestores corporativos confiam integralmente nas pessoas de Segurança para responder aos riscos Cibernéticos....
Security Report | Destaques

Insegurança cibernética e IA são destaques do Security Leaders em BH

O Congresso será realizado no dia 23 deste mês com discussões pautadas na imaturidade em Cyber Security e o quanto...
Security Report | Destaques

Polícia Civil do DF prende suspeitos de roubar 76 milhões de senhas pessoais e governamentais

De acordo com a corporação, os hackers chegaram a incluir todas as credenciais comprometidas em um banco de dados, visando...
Security Report | Destaques

Ciberataques evoluem com o uso de IA e desafiam Segurança Cibernética

Durante painel virtual, o Diretor do Centro de Pesquisa América Latina da Kaspersky, Fabio Assolini, destaca que a adoção de...