CISOs se tornam mais influentes dentro das organizações

Levantamento, realizado pela F5 Networks, revela a importância desse profissional em uma era cada vez mais digital e como a estratégia de proteção deve ser mais proativa, alinhada com toda companhia

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A F5 Networks acaba de anunciar os resultados da pesquisa realizada pelo Instituto Ponemom com 184 CISOs do Brasil, dos EUA, da UK, Alemanha, México, Índia e China. O relatório “The Evolving Role of CISOs and Their Importance to the Business” conclui que, em tempos de transformação digital, a influência dos CISOs dentro das empresas aumenta. Mas a estratégia de segurança em diversas organizações segue sendo predominantemente reativa, atuando de forma não alinhada com os outros departamentos da empresa.

 

“Ainda é raro encontrar uma estratégia de segurança de TI que inclua a empresa toda”, observa Rafael Venâncio, diretor de canais da F5 Brasil. “Isso vale para o quadro global da pesquisa e para as respostas dos gestores brasileiros”, acrescenta o executivo.

 

Do grupo de 184 entrevistados, 20 são executivos brasileiros. 77% afirmam ser parte de corporações passando por grandes transformações – isso explicaria a crescente importância da área de segurança de TI. Um grupo um pouco menor (53%) declara que a empresa onde trabalha considera a segurança digital uma prioridade para a continuidade dos negócios.

 

Hoje, 59% dos participantes brasileiros apresentam regularmente relatórios sobre segurança digital para o Board de suas empresas. O C-Level da empresa reage especialmente diante de fatos como violações com roubo de dados (53%) e identificação de Exploits (41%) atuando dentro da empresa.

 

Diante desta realidade, 57% dos CISOs mantem, em seus times, profissionais empenhados em disseminar por todos os departamentos da corporação a cultura e as práticas de segurança. “Considero especialmente expressiva a existência, neste grupo, de diversos comitês multidisciplinares de segurança”, ressalta Venâncio.

 

A outra face desta realidade local é que, segundo a pesquisa da F5, somente em 26% das empresas brasileiras os funcionários são considerados responsáveis, e passiveis de admoestações, no caso de provocarem vulnerabilidades ou tomarem atitudes não alinhadas com a governança corporativa. “Essas contradições retratam uma cultura em transformação, em que ações educativas e de mudança de postura já estão acontecendo, mas ainda não ganharam força de compliance”, diz Venâncio.

 

IoT é uma grande preocupação

 

Uma das grandes preocupações dos CISOs brasileiros é com a crescente presença de dispositivos IoT em suas empresas. 85% afirmam que o IoT vai causar mudanças nas práticas e políticas de segurança. “Chama a atenção o fato de que 65% dos CISOs entrevistados já estarem realizando testes e simulações para identificar vulnerabilidades e garantir que as redes IoT não representem um risco para a corporação”, aponta Venâncio.

 

O fruto dessas ações é a contínua transformação de políticas – isso está acontecendo em 65% do universo pesquisado. “Não vejo surpresas aqui; o mundo IoT exige que a cultura de segurança passe por mudanças e adaptações”.

 

A pesquisa da F5 mostrou, ainda, que 32% dos CISOs brasileiros disseram realizar o outsourcing de operações de segurança; essas pessoas valorizam essa opção e afirmam que isso não aumenta os riscos. 46% do total pesquisado, por outro lado, acreditam que os serviços terceirizados não apresentam o mesmo padrão de segurança dos processos internos da corporação usuária de TI.

 

E, finalmente, os CISOs brasileiros têm plena consciência de que a segurança de perímetro de rede não dá mais conta de proteger as pessoas, informações e processos das corporações. Embora 46% das empresas examinadas continuem com políticas de segurança focadas na rede, o futuro exige outra atitude.

 

Em até dois anos, dizem os CISOs, será ainda mais essencial proteger tanto as aplicações (31%) quanto os endpoints (26%) contra ataques digitais. “Esses índices retratam um mundo em transformação, em que os grandes investimentos em segurança de rede que definiram a face da TI das empresas infelizmente não dão mais conta da era do Ransomware, ataques DDoS, DNS, fishing, etc.”.

 

Desafios destacados

 

A pesquisa mostra, ainda, que a escassez de talentos em segurança de TI continua a ser algo importante para os CISOs. Nas grandes empresas usuárias, o número médio de funcionários de segurança de TI aumentará de 19 para 32 funcionários em tempo integral (ou equivalente) nos próximos dois anos, com aproximadamente a metade (42%) achando que seu pessoal atual não é adequado. 58% afirmam que têm dificuldade em contratar pessoal de segurança qualificado, e os maiores desafios são identificar e recrutar candidatos qualificados (56%). Outro problema é a incapacidade de oferecer salários equiparados ao nível de mercado (48%).

 

Esses desafios estão pressionando as empresas a procurarem as soluções em outros lugares – metade dos entrevistados (50%) acredita que Machine Learning e inteligência artificial conseguem lidar com a escassez de pessoal. 70% acreditam que essas tecnologias serão importantes para os departamentos de segurança de TI dentro de dois anos. “A transformação digital é um caminho sem volta; a pesquisa da F5 mostra ao mesmo tempo as mudanças que as empresa já estão fazendo e, também, os avanços que ainda terão de acontecer”, resume Venâncio.

 

 

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