Transformação digital: como viabilizar?

Na visão do CIO da IMC, Joaquim Garcia, revisitar a estratégia, automatizar processos inteligentes, reter talentos e iniciativas top-down são ações determinantes para adotar uma mudança na prática

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Nos dias de hoje cultua-se o termo Transformação Digital (TD). Não é para menos, devemos nos dedicar, realmente, às transformações. Transformar é algo inspirador, motivacional, mas não vamos confundir as coisas ou mesmo subestimar este termo. Enganam-se os que apostam que transformar digitalmente suas empresas é apostar em soluções digitais, IoT, Mobile, Internet 4.0, Cloud, ou em qualquer mnemônico emprestado pela criativa mente dos nossos IT-Marketeers.

 

Transformar envolve outros parâmetros tão ou mais importantes que automatizar ou usar o digital para fazer o que fazemos manualmente. Há muito se diz que automatizar processos errados só nos leva a problemas automatizados. Então, como realizar a tão comentada Transformação Digital?

 

A TD é ampla, por permear toda a empresa. Assim, há que garantir que todos remarão na mesma direção. Deste modo, revisitar sua estratégia deveria ser o primeiro e mais importante passo – criar condições para o grupo alinhar seus objetivos. Este é ponto de partida, pois dele se originarão todos os outros que alavancarão a empresa, tornando-se uma diretriz a ser seguida.

 

O grau de transformação está diretamente relacionado ao potencial criativo, engajador e realizador que estão intimamente ligados aos talentos da empresa. Portanto, reter e buscar estes talentos é fundamental para se colocar em prática um processo de transformação. Deste modo, defina o perfil das pessoas que se quer em seu time e lembre-se que o balanceamento é de extrema importância. Acredito, firmemente, que iniciativa, inconformismo, sentimento de dono do negócio, empreendedorismo, ter foco, entrega e “jogar em equipe” sejam skills que enumerados e explicitados devem ser parte integrante de sua estratégia.

 

“Eu prefiro ter alguém menos brilhante, mas que joga em equipe e é correto do que alguém que é brilhante, mas tóxico à empresa” (Arianna Huffington).

 

As pessoas trabalham com mais dedicação e prazer quando se engajam em causas que acreditam – isto tem sido fator determinante de busca de atividade profissional na entrada dos millennials no mercado de trabalho. Defina, portanto, um propósito para sua empresa para, deste modo, torná-la atrativa e, por outro lado, reter os talentos existentes. Estudos feitos com organizações que se destacam pelo seu crescimento contínuo e transformam mercados apontam um propósito atraente como fator de retenção, atração e motivação do profissional.

 

“Ideas worth spreading” TED Talks – ideias que vale a pena espalhar – realmente, fazem-nos querer trabalhar com eles para disseminar conhecimento!

 

Empoderar o time, atribuindo à cada um ações para realização da estratégia, é a maneira de se inserir o sentimento de dono e, portanto, responsabilizá-los na busca pela transformação. A medição do resultado deve ser feita através de metas, disseminadas para todos, nos diversos níveis da empresa. Isto é conhecido como OKR – Objective & Key Results – que determina a maneira como cada um será medido, viabilizando o acompanhamento do atingimento do resultado.

 

“Não se gerencia o que não se mede, …” (William Edwards Deming).

 

O controle do andamento das ações relevantes é fundamental e será feito por uma área de gestão de projetos. Prazo, custo e retorno das ações deverão ser acompanhados para evitar surpresas e desvios da estratégia. Ferramentas de colaboração auxiliam nesta disciplina e fornecem as condições para que todos tenham a visibilidade do andamento das diversas frentes, assim como proporciona a cada um informar sobre suas ações. Deste modo, as frentes em dificuldades poderão receber ajuda do restante da empres. Transformação Digital requer transformação cultural da empresa.

 

Por último, mas não menos importante, explorar as ideias ou incentivá-las através de eventos de práticas de brain-storm, via Labs, construindo vínculos com as áreas de negócios ou com a ajuda de consultorias especializadas em desenvolvimento de produtos e serviços, através de metodologias como, por exemplo, de Design Thinking. A partir daí é prototipar, testar, aprender e escalar.

 

Parece muito, mas com um time bem selecionado e remando junto os desafios são rapidamente transformados em resultados.

 

Concluindo, a Transformação Digital deve ser explicitada na estratégia e capitaneada pelo CEO – efetivamente é uma ação top-down, com impacto direto na cultura da empresa e, claro, em gestão de mudanças. Ações transformadoras alinhadas à estratégia cruzam a empresa e dependem do comprometimento de todos. Vamos à prática?

 

* Joaquim Dias Garcia Neto, casado, pai de 3 filhos, engenheiro mecânico pela PUC-RJ com MBA em Executivo de Finanças pelo Coppead-RJ. Diretor de Tecnologia em empresas como Grupo Pão de Açúcar, nimbi, Livraria Cultura e, atualmente, na IMC – International Meal Company (Viena, Frango Assado, entre outras marcas), com atuação em 4 países (Brasil, Colômbia, Panamá e Estados Unidos).

 

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