O retorno da McAfee

Durante evento realizado esta semana em Las Vegas, EUA, o nome Intel Security saiu de cena para o retorno da marca McAfee e dos tradicionais símbolos da companhia, o escudo e a cor vermelha

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Após idas e vindas, a marca McAfee volta à cena da segurança, com o tradicional escudo estilizado e a cor vermelha. O anúncio foi feito na abertura do Focus 2016 e apresentado com entusiasmo pelo VP e General Manager da Intel Security, Christopher Young. O evento acontece esta semana em Las Vegas, EUA e reúne cerca de 4 mil profissionais entre clientes, especialistas e parceiros.

Por trás do retorno da logomarca McAfee está uma nova estratégia que tenta resgatar o que a empresa tem de melhor, a tradiçāo. Claro que o mundo da cybersecurity mudou e o antivírus que fez a fama da McAfee ficou no passado, mas a direção da companhia aposta que a confianca atrelada à marca pode ser o passaporte para a McAfee ser uma das líderes de mercado no atual momento da segurança.

Nos últimos anos, a McAfee passou por mudancas significativas. Depois de ser adquirida pela Intel em 2010, por US$ 7,8 bilhões, o brand desapareceu oficialmente quando foi anunciada, em 2014, a criação da Intel Security. Na ocasião, o vermelho foi substituído pelo azul da marca Intel e só o escudo foi mantido como uma discreta referência à antiga McAfee.

Dois anos depois, o setor de segurança foi surpreendido por novo anúncio, a aquisição de parte da Intel Security pelo grupo TPG e um prometido retorno da marca, só agora anunciado oficialmente. De forma invertida, McAfee by Intel é a ordem atual e as cores vermelhas imperam mais uma vez. Pela reação do público presente ao Focus 2016 a inversão agradou em cheio.

Em agosto desse ano, quando anunciada a entrada da TPG, Cristopher Young, em carta aberta, já havia garantido que o nome McAfee retornaria. Na nova McAfee, a Intel continua a deter 49% das ações e a TPG, uma das principais empresas globais de investimento em companhias de tecnologia, mantem 51% do controle. “Teremos acesso a recursos financeiros, operacionais e tecnológicos significativos, que nos permitirão realizar todo o nosso potencial como um negócio autônomo”, declarou o general manager na época.

Juntos e poderosos

E a promessa foi mantida, assegura Cris Young na abertura do Congresso. Ao apresentar a nova logomarca da McAfee com o slogan “Together is Power”, o VP fez uma verdadeira convocação para que todos se unam contra o cibercrime. O executivo iniciou sua apresentação em cenário azul e, ao final, o vermelho tomou conta do palco caracterizando a grande mudança em curso.

O interessante foi assistir, além da transformação do palco, a mutação do evento. Antes de iniciar o Congresso, a logomarca Intel Security e a cor azul imperavam. Ao saírmos da sessão de abertura, nos deparamos com um novo visual. Toda a comunicação do evento foi alterada para vermelho e o logo foi substituído em absolutamente todos os displays.

Entretanto, mudar o layout e a cor da marca não serão suficientes para garantir uma posição de destaque no mercado. Depois de ser uma das líderes do setor com sua famosa solução de antivírus, a empresa vem lutando para ser identificada como um player de soluções estratégicas.

 

Entre os números apresentados, destacam-se os percentuais a mais investidos na nova fase: 21% em engenheiros; 25% em gerentes de produtos e 19% em profissionais de serviços. E mais US$ 500 milhões em um novo portfólio e três vezes mais investimento em pesquisa e desenvolvimento.

 

Cris Young foi claro em reforçar que o desafio é grande mas a empresa agora tem as condições ideais para marcar presença. Questionado sobre os impactos que tantas mudanças podem ter causado nos clientes, o líder acredita que nāo foram significativas porque “a essência da empresa foi preservada, isto é, a estrutura continuou operando separadamente, o time foi mantido e os produtos seguiram o roadmap previsto”.

Do endpoint ao cloud

Ao apresentar a estratégia de soluções da companhia, Cris Young mostrou que o inimigo no mundo da cibersecurity mudou. “Durante muitos anos ele se chamou Advanced Persistent Theats mas hoje é conhecido como Ransoware. Por isso nossa jornada é ser a maior e melhor marca puro sangue para combater ameaças atuais e futuras”.
O executivo resgatou a expressão “puro sangue” fazendo uma referência clara à quantidade de empresas que entraram nesse segmento e que antes não atuavam no mercado de cibersecurity e portanto não trazem a segurança no seu DNA.

Essa com certeza é uma das principais razões pelas quais a companhia optou por retornar com a marca McAfee, privilegiando a tradição que a empresa carrega por ser uma das pioneiras e  tradicionais do segmento. Hoje, no entanto, o produto que fez a fama da McAfee nem sequer é citado. O foco atual  está concentrado no binômio Endpoint e Cloud.

Na área de endpoint a empresa baseia sua estratégia no McAfee Active Response 2.0 e, no âmbito da cloud, no Dynamic Application Containment. Além disso, aposta em um ecossistema aberto, onde seu papel se resume em três fases: integração, automação e orquestração.

A fase de integração inclui o famoso Total Cost of Ownership, as conexões, os devices e cloud. A fase de automação trabalha em um nível mais estratégico incluindo soluções, workflows e o ecossistema de segurança da empresa. Na terceira e última fase entram em cena a estratégia de Security-as-a Service e Analytics.

* Graça Sermoud viajou para Las Vegas a convite da Intel

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